terça-feira, 3 de junho de 2008

Autópsia do Silêncio

FLUINDO HOMEM
de : Gilmaré


busco Ver-te
vejo Carne,

vejo o pó,
o barro trabalhado,

arte,
muita arte,
muita arte sim,

O que tens na cabeça?

teus miolos
tuas lamas!

Terra,
tu és terra,
tu és terra sim.

E eu que nem posso ver-te
pois nem sei onde estás

se nos olhos
se na língua
se nas pernas
ou cabeça

busco ver-te muito além
quero a fonte do teu ser
onde nasces todos os dias
em minutos e segundos

pois bem sei que vens de um mundo
de um mundo muito além

do além
além-do-além

renascendo
ressurgindo
reluzindo

nas paredes deste mundo
deste céu que se finda
no princípio do teu ser,

Ignoro,
pois tu és menogesto,

és olhar,
és sorrir,
és falar,

quero ver teu coração
se aí teu ser está
eu quero te pegar com as mãos

mas tu és menogesto,

és olhar,
és sorrir,
és falar,

quero te conter num frasco sólido
ressentir tua alma gélida
reluzindo em rosas pálidas
pois assim fica explícito

mas tu és menogesto

és olhar
és sorrir
és falar